Sem noção do espaço
As negras asas da clama noite
Voam tristemente
Minha alma debruçada na janela,
Revive nossa história inconsequente.
do meu pequeno radio,
Bem suave, brota
A canção do gênio triste que
Também viveu a gloria do pecado.
Ninguém responde à voz do gênio
E chego a temer
Que um dia como o gênio do passado
Hei de chamar-te inutilmente
a essa ideia minha alma se entristece,
E torno a relembrar minha história
Na certeza de te-la eternizado
No relicário de ouro da memória.
Insiste em ficar longe de mim,
Mesmo eu te amando, te adorando
Sofrendo com prazer
A mesmíssima dor que me tortura
Não rias de mim quando te digo que
Sonhei contigo ao som de melodias
São puros os sonhos de uma poetisa
A luz da lua dessas lindas noites.
Mas, afinal se vivo tão sozinha
Não podendo te abraçar em carne e osso,
Vou criando os meus sonhos
Tresloucados para sentir você
Ao menos como posso:
Em sonhos
29/03/1993
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